Incluir significa promover e reconhecer o potencial inerente a todo ser humano em sua maior expressão: a diferença!
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
10 coisas que seu filho pode aprender com crianças especiais
1. “Vai aprender a aceitar melhor qualquer tipo de diferença e vai se tornar uma pessoa menos preconceituosa;
2. Vai aprender a se colocar no lugar do outro por conviver com um coleguinha que tem dificuldades que ele não possui;
3. Vai aprender que comunicação vai muito além do falar : é feita de gestos, olhares e até de silêncios;
4. Vai aprender que pessoas com necessidades especiais não são vítimas: são heróis, porque tornam as outras pessoas melhores;
5. Vai aprender que a vida vale à pena apesar das dificuldades;
6. Vai aprender que estamos aqui para ajudar uns ao outros;
7. Vai aprender a ser flexível: não existe só um jeito de brincar, de desenhar, de ser;
8. Vai aprender a lidar melhor com suas próprias limitações…e a querer superá-las;
9. Vai aprender a dar valor às coisas pequenas;
10. Vai aprender que ele não tem que saber fazer o tempo todo, mas que ele pode estar sempre aprendendo.”
O sentido humanista da educação
Muitas das pessoas com autismo são pensadores
visuais e armazenam as palavras em sua forma escrita. E em determinado material
fílmico costumam exagerar as capacidades destas.
O tratamento deste transtorno — todo um desafio para
os especialistas — exige entrega, dedicação, paciência, amor e fé absoluta no
trabalho.
E justamente é isso o que encontraram as crianças,
adolescentes e jovens afetados da província de Cienfuegos no Centro de
Atendimento ao Autismo Vilma Espín, verdadeiro orgulho da educação no
território.
Sua diretora, a mestre em Ensino Especial, Tania
González Fonseca, disse que a missão consiste em garantir-lhes o atendimento
que os prepare para a vida útil e independente, a partir da aprendizagem e da
potenciação das linhas de desenvolvimento da especialidade.
“Na escola — prosseguiu — se implementou um sistema
de preparação, a partir de um diagnóstico individual, através das diversas vias
do trabalho metodológico e de um modelo educativo para o tratamento psicopedagógico
dos autistas, paralelamente à implementação de estratégias letivas,
encaminhadas a facilitar seu desenvolvimento social e a orientação à família
com o mesmo objetivo.
A psicopedagoga Ileana Álvarez Araújo é a
psicoterapeuta do Centro, onde também trabalham uma psicóloga, uma logopedista,
cinco professoras e quatro auxiliares pedagógicas, para oferecer possibilidades
de aprendizagem a 18 alunos, dos 23 autistas da província, segundo informou a
metodóloga de Autismo, Idolidia Veitía Cantero.
“Todo o trabalho aqui é terapêutico, os processos
letivos fazem parte duma orientação psicopedagógica, com o objetivo de criar na
criança reflexos de conduta social, de imitação, de adaptação. São pequenos
regidos por rotinas, respondem aos mesmos estímulos; portanto, na escola não há
imprevistos, mudanças de horários e regemo-nos por convenções ajustadas às suas
necessidades”, disse Álvarez.
“Aprendem a trabalhar por imitação, pois não
manifestam a conduta imitativa inclusive nas ações mais simples como seria vestir-se,
levar a colher à boca. Portanto, nosso método passa pela observação constante e
pela descoberta de suas potencialidades”, expressou a especialista.
ATENDIMENTO PERSONALIZADO PARA CADA CRIANÇA
Cada uma delas apresenta suas peculiaridades. Por
exemplo, Carlos Manuel González Rivero, seis anos, gosta muito de ser mimado,
abraçado, beijado, embora evite o contato físico nas ações; é atraído pelos
objetos eletrônicos com resposta: um celular ligado, o flash duma câmera, o
arranque do computador…
Carlitos aprendeu a controlar seu esfíncter e já
não urina sem antes avisar; tentam agora que domine sua tendência a caminhar
com os pés levantados como um dançarino. Laura María Rovira, oito anos,
adquiriu habilidades criadas para o trabalho no computador. Com um apoio
visual, ela decodifica o quê e como executar a ação. Apresenta uma ecolalia
funcional (repete o escutado).
“O adolescente José Alí Martínez Ribalta gosta da
música, já sabe reconhecer todos os cantores que escuta. Com ele foram
utilizados recursos mnemotécnicos para identificar as cores; ele as conhecia,
mas com nomes ou apelações próprias e costuma associá-las muito a alimentos: o
pudim é o branco, e assim. Eduardo Enríquez Carballosa, 13 anos, tem predileção
pelos grandes felinos (conhece suas características e hábitos) e tomamos esses
animais como elemento potencializador”, afirmou Álvarez.
“Essas crianças transitaram por outras escolas
especiais, onde foi feito um bom trabalho, aqui avançam pelo método um a um,
muito efetivo”, sustentou a metodóloga de Autismo, Veitía.
Mostram comportamentos muito específicos, como o
movimento das mãos ou de outras áreas do corpo. Essa atividade manual entorpece
as ações curriculares, já que não as usam funcionalmente, por isso o trabalho
um a um resulta fundamental.
“Devido a tal atendimento diferenciado mostram
melhoras em socialização, habilidades comunicativas, reconhecimento do espaço
geográfico e os horários da escola (aulas, lanche, almoço, lanche)”, sustentou
Álvarez. “Inclusive os de desenvolvimento baixo, ao tocar a campainha e irem ao
refeitório se dirigem a sua mesa e sua cadeira”, acrescentou.
“Em pouco mais de um ano de funcionamento da
escola, os resultados são palpáveis, prova do caráter humano do sistema
nacional de educação, que não faz apenas um acompanhamento muito certeiro das
crianças, mas também da sua família”, elogiou a logopedista Liliana Díaz
Ortega.
As três crianças que apresentam síndrome de
Asperger, quatro de Rett, três autistas clássicos e oito com transtorno
generalizado do desenvolvimento mostram progressos graças à aplicação deste
custoso ensino que o Estado cubano oferece gratuitamente.
O Centro Vilma Espín oferece, também, atendimento a
jovens que recebem na escola ou em suas próprias casas preparação para a vida,
um dos quais está inserido numa oficina de cerâmica.
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